segunda-feira, 31 de maio de 2010

Em grande parte, escrito às 7 da manhã.

Eu sou assimétrico.
Até quando desenho um quadrado, sem régua, cada face tem um desenho diferente, e cada desenho é mais ou menos detalhado que o outro. E apenas três faces se mostram.
Muitas vezes, a dor de uma topada no dedinho é quase identica a de uma facada no coração. E pelo que me lembre, já levei e dei mais facadas que topadas.
O que muda é o espectro, a incapacidade de se desvencilhar de tal dor.
Já menti, já difamei, já esperneei, já fiz de tudo que pode ser chamado de feio. E já fiz por onde me redimir.
Mas, por outro lado, também já fiz de tudo que pode ser chamado de bonito, pra compensar, por pura vontade, pra começar algo, só que essas coisas levam mais tempo pra voltar à memória, ou são ignoradas e esquecidas, mergulhadas na raiva.
Eu sei que quando se está confuso, as palavras usadas são confusas. Isso se mostra claramente também nas atitudes e assuntos já conversados que voltam a aparecer, por esforço, não por naturalidade. Eu sei porquê já fiz isso, fui e ainda sou incoerente, e por isso posso falar.
Palavras tem siginificados, por isso as escrevo. Por mais que pareçam confusas na hora, depois elas se mostram como ouro que é peneirado do barro.
Ninguém sabe da missa, mais do que o terço, muito menos eu. A diferença é aceitar e enxergar o que o terço tem a dizer, e não o que os outros dois te incitam a deduzir.
E vá por mim, nenhuma dor é exclusiva, todos podem e vão sentir certas coisas em determinadas situações, ainda mais quando se procura entrar nelas.
A solução é saber, perceber, ver sem querer ver, mas procurar e depois voltar com o ciclo, é falta de respeito consigo mesmo e com sua memória.
Tudo parecia certo, sabia-se que certas atitudes seriam tomadas e cada um levaria sua vida pra um lado. Só não sabia quem ia levar cada vida pra cada lado, mas esse 'sabia' é conjugado no passado, e se agora se sabe, não adianta ignorar e verborragiar. Não existe possibilidade de não esperar que depois de certas frases desferidas, não aceitar que as coisas mudem.
Todo mundo sabe, ninguém quer enxergar. E certas coisas invariavelmente vão para o lixo.
E quem tem a fama, nem sempre foi quem comprou as vacas.
Em certo momento da minha vida, entendi que tinha nascido. Daqui a muito tempo, espero conseguir entender que morrerei, e que isso é um fato. Bem ou mal, tudo termina.
Mas o que acontece no meio desses dois pontos, é meu.
Eu sou meu.

- Cut ∆way.

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