domingo, 28 de junho de 2009

Meio-ser.


O escuro existe porque a luz não se mantém
E se dos dois não se obtem nem duvidas, nem respostas

Prefiro o meio-saber da meia-luz

Prefiro o mistério ao desconhecer que aliena, ou a resposta que condena.


- Cut ∆way.

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Uma escola de vida.

João Gilberto - Chega de saudade


Vai minha tristeza
e diz à ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza, é só tristeza
E a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

O pó, e só.


Se não sustenta, solte.
A gravidade não reclama em trabalhar, e o chão foi feito pra aguentar.
Se não vive, morra.
O chão não reclama em reclamar de volta teu corpo.
Se não voa, corra.
Se a gravidade te prende, aceite o imutável pelo bem de seus objetivos.

Pare e pense.

Se o chão fosse o princípio da inevitabilidade, toda inevitabilidade estaria fadada..


..fadada a ser pisoteada.

- Cut ∆way.

Dedo de moça - Vai


Vai, se sustenta na gandaia, nem que um dia a casa caia
O importante é estar andando, olhando, vivenciando as belezas que se pode encontrar por aí
Ventos que chamam tempestade rebatemos com a vontade de seguir adiante
O inferno eu deixo pra dante
E o mundo, as coisas, está entregue ao mar, e o mar, o mar norteia o horizonte que se faz encher
Portos que posso ancorar que posso conhecer
Triste pela morena que não segurou minha mão, feliz por todas as outras morenas que virão
Na mala lembranças e vidas, um samba gravado na fita
Coragem e muita fé no 'redentor'
Andei olhei e vi que a luz que envolve o canto pode estar aqui
Amei chorei menti, em doses generosas digo que vivi
Glórias plantadas com alegria e colhidas com ousadia de quem não é de distância
Pedimos a tolerância, o barco nao pode naufragar logo aqui
Sonhos que endossam a conduta, dos que nao fogem a luta em tardes de batucada
Em noites de presepada onde a vida acontece pra quem quer viver
E o mar, o mar norteia o horizonte que se faz encher
Portos que posso ancorar que posso conhecer..

terça-feira, 23 de junho de 2009

Da culpa a fuga, um desvio.

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Me emancipo da culpa, pois sinto que já esqueci como sou e onde estou
Vivo o momento dado, e dele espero resultado

Apresento minha solução e desdenho da punição
Sigo o caminho da ausência de pressa, e se não me interesso por sua novidade

É porque prego que ela não 'é', e sim 'está'

O novo está e espero que se vá, pois da negação da negação traço o rumo incerto
Prefiro manter o ciclo aberto e a ferida exposta, porque antes ser uma porta de metal entreaberta..


A ser uma de papel, fechada.


- Cut ∆way.

Agradecimento.



Nada como chegar em casa as 2 da manhã, depois de ter viajado 20 horas pra ver uma hora de palestra, e receber de cara uma honraria.
Agradeço ao Thales Rafael por lembrar do meu modesto blog, e começo repassando-a para seu blog principal, o Um dia invento um nome, nada mais justo, afinal de contas os textos lá expostos muitas vezes tem as mesmas críticas ou devaneios presentes nos meus, mas de uma maneira mais bem composta e exposta.
Seguindo a idéia, repasso também a um blog que a algum tempo não leio, mas que acho muito interessante, com seu surrealismo refinado (ou não), Qualquer palavra bonita, da Íria Acosta, embora não tenhamos muito contato, gostaria que ela recebesse esse selo e que saiba que sou um fã velado da mesma.
Pra finalizar, e não menos importante, passo o Selo Dourado a um amigo meu de longa data e que tem uma força de vontade bem acima da média e também possui o dom de traduzir a acidez dos seus pensamentos em meia dúzia de palavras. O uivo do lobo, do Chakal.
O selo é iniciativa da Carmen, do blog Tatuagem e a idéia do prêmio é representar a união entre blogueiros. Segundo as palavras criadora: "a cor azul representa paz, profundidade e imensidão e a cor dourada a sabedoria, riqueza e claridade das idéias."
Obrigado à criadora e ao marxista que me indicou, e que seja repassado tão bem repassado como tentei fazer agora, para no máximo 15 blogs.

"O importante não é o que foi feito do homem. Mas aquilo que ele fez do que fizeram dele."
_Jean Paul Sartre.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Uns pedem desculpas..

.. outros pedem licença.


Eu peço silêncio.

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Altar.

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Muro de lamentações, exaltação da morte e não da vida, salvadores, pecados e lástimas, ladainhas, choro, vela.
O efeito negativo dessas crenças, atos e representações na mente do homem se propaga pela história e criam mecanismos quase perfeitos de controle e coerção social. A crença existe, isso não se nega, mas até onde o poder gerado por ela se mantem abaixo da mesma? Hipocrisia é a palavra chave, hierarquia de proximidade de qualquer deus de qualquer religiao é pretexto pro egoísmo e pretensão humana. Nós, como qualquer outro animal, temos desejos territoriais instintivos, queremos o poder, mas os meios usados para tal evoluiram de tal maneira que já não sabemos quem defende uma idéia morta de quem apresenta novas. Não há saída para a questão, tudo isso dificilmente mudará, e o privado torna-se cada dia mais importante e propagado, tornando-nos seres solitários em grandes multidões, ilhas que se distanciam em um processo irreversível.
As mudanças só parecem vir das tragédias e a evolução dos conflitos, sempre foi assim e nada me indica que mudará, pois aqueles que prevêem as consequencias das nossas desgraças sempre são desmerecidos em sua intelectualidade e oprimidos por aqueles que desejam manter as relações mortas.
O amanhã deveria ser visado, mas nós somos discrepantes e a grande maioria prefere viver o passado morto, ou o presente insustentável, e a opressão se abate sobre os profetas atuais, aos quais só resta o fardo de viver para ver tudo desmoronar, e o único prazer, ou mais uns dos desprazeres, dos mesmos será dizer: "Eu avisei."
Um brinde aos gênios que tiveram suas mãos atadas, um brinde maior aos que conseguiram desatá-las, e um brinde aos porcos que as atam, pois o prazer de superá-los é simplesmente inebriante.
E antes de tudo, antes mesmo de começarmos a erguer altares nós criavamos réquiens para nossos mortos. Antes de exaltar amigos imaginários, ou idéias novas que transcendem as atuais, deviamos nos preocupar em criar meios de enterrar o que vai morrer. Não há nada mais justo para os cadáveres que rondam por aí, que um bom descanço ou algumas horas de autopsia.

- Cut ∆way.

Audioslave - Show me how to live


And with the early dawns
Moving right along
I couldn't buy an eye full of sleep
And in the aching night, under satellites
I was not received
Built with stolen parts
A telephone in my heart
Someone get me a priest
To put my mind to bed
This ringing in my head
Is this a cure or is this a disease?

Nail in my hand
From my Creator
You gave me life
Now show me how to live

And in the after birth
On the quiet Earth
Let the stains remind you
You thought you made a man
You better think again
Before my role defines you

And in your waiting hands
I will land
And roll out of my skin
And in your finals hours I will stand
Ready to begin

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Saiba a diferença.


A descoberta da vida se dá de maneira gradativa e gradativamente torna-se mais interessante. Relações complexas tornam-se simples e o peso das dores parecem apenas detalhes perto dos novos caminhos a serem seguidos. Pessoas surgem e se apresentam com olhares interessantes, vozes e sotaques estranhos se entranham na mente e um sentimento de coletivo se apresenta. Os rostos e os restos se acumulam e criam algo novo, um novo prisma a ser estudado, uma nova relação com a luz e o escuro a sua volta faz do mesmo um objeto tão complexo que não pode ser observado superficialmente. Observar e absorver, hoje, agora, ontem, amanhã, sempre. Haverá sempre mais um dia, um bom dia pra se jogar pérolas aos porcos, ou cascalho aos reis.

- Cut ∆way.

Maria Rita - Cara valente

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Não, ele não vai mais dobrar
Pode até se acostumar
Ele vai viver sozinho
Desaprendeu a dividir...

Foi escolher o mal-me-quer
Entre o amor de uma mulher
E as certezas do caminho
Ele não pôde se entregar
E agora vai ter de pagar
Com o coração
Olha lá!
Ele não é feliz
Sempre diz
Que é do tipo Cara Valente
Mas veja só
A gente sabe...

Esse humor
É coisa de um rapaz
Que sem ter proteção
Foi se esconder atrás
Da cara de vilão
Então, não faz assim rapaz
Não bota esse cartaz
A gente não cai não.