terça-feira, 2 de setembro de 2008

Amor de esquerda, não se mede, não se pede, não se repete.


Não, você não precisa ter o abdômen do mocinho da novela, afinal eu adoro meus peitos naturais que se mexem de leve quando eu corro e desaparecem um pouco quando eu emagreço demais. Acho até que posso ficar com sua barriga pra sempre, mas já faz tempo que não acompanho nem uma semana seguida de qualquer novela.
Eu não quero que você me busque num super potente carro, eu só quero que quando você me beije, eu não deseje mais nenhuma força do universo. Estou pouco me lixando se o restaurante tem várias cifras no guia da Folha, mas gostaria muito que a gente esquecesse das mesas ao lado e risse a noite toda, eu até brindaria com água sem bolhinhas.
Sério que tem uma pousada mega-master com ofurô em cima da montanha e charretes cor-de-rosa que trazem o café da manhã? Dane-se, se você conseguir passar, nem que seja algumas horas, encantado pela gente, essa será a maior riqueza que eu posso ganhar.
Sim, a tecnologia é mesmo fantástica, só que hoje eu queria sumir com você para um lugar onde não pegue o celular, não pegue a internet, não pegue a televisão, mas que a gente, em compensação, se pegue muito.
Sim, sim, música eletrônica é demais, celebrar a vida com os amigos é genial, pular bem alto é sensacional. Mas será que a gente não pode colocar um Cartola bem baixinho na vitrola e dançar sozinhos no escuro, só hoje? Será que a gente não pode parar de adjetivar o mundo e se sentir um pouco?
Eu procuro você desde o dia em que nasci, não, eu não dependo de você nem para andar e nem para ser feliz, mas como seria bom andar e ser feliz ao seu lado.
Só que estamos com um problema: vai ser um pouco difícil a gente se conhecer porque tenho evitado sair de casa.
Eu não odeio mais as garotas em série e seus namorados em série, eu não odeio mais a sensação de que o mundo está perdido e as pessoas lutam todos os dias para se parecerem ainda mais com o perdido ao lado, se perdendo ainda mais.
Eu não odeio mais quem cuida do corpo mas esquece da alma, quem cuida do cabelo mas esquece da mente, quem cuida da superfície mas faz eco por dentro, quem coloca um peito de silicone mas esquece de dar mais uma chance ao amor.
Eu não odeio mais a galera feliz em pertencer a um mesmo barco que não vai a lugar nenhum. Eu só acho isso tudo muito triste e prefiro não ver. Eu prefiro não fazer parte da feira que compete pra ver quem tem a casca mais bonita.
Voando eu sei que você não vem, até porque eu jamais namoraria um super-homem: tenho horror a pessoas falsamente infalíveis.
Não quero um homem que sempre vence, que sempre impressiona, que sempre salva e sorri impecável em dentes brancos e músculos ressaltados por um colan com as cores da bandeira americana.
Você pode ter medo de monstrinhos imaginários e dormir com a porta trancada, pode ficar meio tristinho quando, numa festa cheia de amigos, lembrar que é sozinho no mundo, pode perguntar assustado no meio da noite “aonde você vai” mesmo sabendo que é só um xixi, pode até fazer piada com o seu medo de estar vivo, e pode, inclusive, ficar sério e quieto, de repente, por causa disso também.
Não existe Orkut, não existe Messenger, não existe celular, não existe um supercelular que é máquina fotográfica, Orkut e Messenger ao mesmo tempo. Não existe o décimo quarto andar do meu prédio com 8 seguranças lá embaixo. Não existe a balada perfeita com 456 garotas iguais e programadas para te dar um amor levemente inexistente. Não existe esperar que a vida fique mais compacta, mais veloz, mais completa e mais fácil, assim como o computador.
Existe essa coisa simples, antiga e quase esquecida pela possibilidade infinita de se distrair com as mentiras modernas do mundo. Existe o amor, mas onde ele foi parar depois de tudo isso?
Eu não tenho um portão para te esperar, como minha avó um dia esperou pelo meu avô e eles ficaram juntos por 70 anos. Talvez eu também seja engolida por esse mundo que cria tantas facilidades para a gente não sofrer. Tenho medo de que tudo seja uma mentira e de verdade sinto que é, mas ainda acordo feliz todos os dias esperando que ao menos você seja verdade.

_autor desconhecido.

domingo, 31 de agosto de 2008

Benito de Paula - Retalhos de cetim


Ensaiei meu samba o ano inteiro,
Comprei surdo e tamborim.
Gastei tudo em fantasia,
Era só o que eu queria.
E ela jurou desfilar pra mim,
Minha escola estava tão bonita.
Era tudo o que eu queria ver,
Em retalhos de cetim.
Eu dormi o ano inteiro,
E ela jurou desfilar pra mim.
Mas chegou o carnaval,
E ela não desfilou,
Eu chorei na avenida, eu chorei.
Não pensei que mentia a cabrocha,que eu tanto amei.


Se eu não tenho pena nem de mim mesmo, como espera que eu olhe para você?
Se não se lembra do que foi e do que poderia ter sido, é porque não merecia ser lembrado.

É uma estrada de uma mão apenas, uma estrada sem volta.
Bons tempos, maus tempos.

- Cut ∆way.

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É... eu sempre escrevi e vivi
Desse jeito cruel:
As mesmas palavras sutis
Sobre o mesmo papel


_Moska

Johnny Cash - Highwayman


I was a highwayman. Along the coach roads I did ride
With sword and pistol by my side
Many a young maid lost her baubles to my trade
Many a soldier shed his lifeblood on my blade
The bastards hung me in the spring of twenty-five
But I am still alive.

I was a sailor. I was born upon the tide
And with the sea I did abide.
I sailed a schooner round the Horn to Mexico
I went aloft and furled the mainsail in a blow
And when the yards broke off they said that I got killed
But I am living still.

I was a dam builder across the river deep and wide
Where steel and water did collide
A place called Boulder on the wild Colorado
I slipped and fell into the wet concrete below
They buried me in that great tomb that knows no sound
But I am still around..I'll always be around..and around and around and
around and around

I fly a starship across the Universe divide
And when I reach the other side
I'll find a place to rest my spirit if I can
Perhaps I may become a highwayman again
Or I may simply be a single drop of rain
But I will remain
And I'll be back again, and again and again and again and again..

Sobre a ausência.


Para aqueles que já tentaram amar várias vezes, para aqueles que nunca desistem.
Aquele vestido que ela nunca usou para você, ela irá usar para outro, aquela peça de roupa que você nunca viu fora do corpo dela, outro irá ver.
Mas nada disso machuca tanto quanto os sorrisos, todos os sorrisos que ela der longe de você serão um peso a mais na sua cruz, diretamente ou indiretamente, você irá carregá-lo.
Só os que podem conviver com isso, apenas os que não conseguem ser futéis e frivolos, apenas para esses eu digo, largue dessa cruz.
Deixe essas peças caírem, deixe os sorrisos irem embora, lembre-se que mesmo que não corte com a mesma profundidade ou pelo mesmo tempo, a faca ainda tem dois gumes, e os dois foram feitos para cortar e com certeza irão.
Então aceite a sua parte no trato, engula seus erros e seus enganos e enfie guela abaixo todo essa lamentação infernal, mande tudo pro inferno.
Todos nós iremos pra ele de qualquer maneira.

Vocês dizem que eu não tenho coração, eu digo que não me importo.
Você não estará lá por mim e eu não estarei lá pra você, eu não me importo mais.
Você era minha flor, e doeu vendo-a desfolhar.
Essa dor era minha e ninguém se importou com ela.
Mas isso não importa mais.

- Cut ∆way.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Zeca Baleiro - Quase nada


De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada
, no meu caminho?
Será um atalho
, ou um desvio?
Um rio raso
, um passo em falso?
Um prato fundo,
pra toda fome que há no mundo
Noite alta que revele, um passeio pela pele
Dia claro madrugada
, de nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada

Pra onde vai ou porque veio

Nem mesmo sei

Qual é a parte da tua estrada, no meu caminho?
Será um atalho
, ou um desvio?
Um rio raso
, um passo em falso?
Um prato fundo
, pra toda fome que há no mundo
Se tudo passa como se explica
, o amor que fica nessa parada?
Amor que chega sem dar aviso
, não é preciso saber mais nada

[i]Mundo.


Me dê uma palavra, me mostre um sentimento, incremente com uma pergunta.
E por cinco longos minutos o mundo será meu.
Falem o que quiser, o mundo é de quem filosofa.
O mundo é dos que escrevem a história, não de quem a realiza.

- Cut ∆way.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Tool - Stink fist


Something has to change.
Undeniable dilemma.
Boredom's not a burden
Anyone should bear.

Constant over stimulation numbs me
But I would not want you
any other way.

It's not enough.
I need more.
Nothing seems to satisfy.
I don't want it.
I just need it.
To breathe, to feel, to know I'm alive.

Finger deep within the borderline.
Show me that you love me and that we belong together.
Relax, turn around and take my hand.

I can help you change
Tired moments into pleasure.
Say the word and we'll be
Well upon our way.

Blend and balance
Pain and comfort
Deep within you
Till you will not want me any other way.

But It's not enough.
I need more.
Nothing seems to satisfy.
I don't want it.
I just need it.
To breathe, to feel, to know I'm alive.

Knuckle deep inside the borderline.
This may hurt a little but it's something you'll get used to.
Relax. Turn away.

Something kinda sad about
the way that things have come to be.
Desensitized to everything.
What became of subtlety?

How can this mean anything to me
If I really don't feel a thing at all?

I'll keep digging
till I feel something.

Elbow deep inside the borderline.
Show me that you love me and that we belong together.
Shoulder deep within the borderline.
Relax. Turn around and take my hand.

Sobre decaídos e a bestialidade inerente ao homem.


Em cada pessoa se encontra o mais puro do amor e o mais árido dos ódios.
Depende da maneira como você encara os sentimentos dela, e de como se lida com o egoísmo natural de cada ser humano.
Se fosse possível definir o certo e errado sentimental com tanta precisão, o mundo seria de fato um lugar justo, e talvez perfeito demais pra qualquer tipo de compreensão humana.
O errado as vezes se faz necessário, o certo vem e vai, mas quem permanece e te completa são aquelas pessoas que você aprende a amar e a perdoar.
O lado visualmente errado das coisas esconde as afirmações mais completas sobre a vida, e acredite, o que você pensa e como você age pode parecer certo pra você, mas alguém em algum lugar não o ira considerar como você o faz.
Aceite o errado da sua vida, pois só assim ele poderá te ensinar alguma coisa.
Do contrário continue calcificando e fossilizando esse amontoado de nada que você tem na cabeça.

Atrás de cada louco e de cada canalha se esconde a mais pura da verdade, somente no escuro as coisas assumem suas verdadeiras formas, o caminho longe da luz e da bondade sem sentido leva ao mais profundo do sentimento, e logo o mais forte deles, pois tudo que sobe, tudo que se eleva, está fadado a cair.
Anjos, anjos caídos em meio aos monstros interiores de cada um.


- Cut ∆way.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cartola - O mundo é um moinho


Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida

Já anuncias a hora de partida

Sem saber mesmo o rumo que iras tomar

Preste atenção querida

Embora eu saiba que estás resolvida

Em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.

Vai reduzir as ilusões à pó

Preste atenção querida

Em cada amor tu herdarás só o cinismo

Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés.