sexta-feira, 16 de julho de 2010

Palavras repetidas, que nunca são ditas.

E assim, sendo errante e errado, troquei dois passos com o escuro revelador, escrevi meio par de vários textos, critiquei sem olhar no espelho, reagi apenas, não fiz por não fazer, fui e criei confusão em vidas distantes, próximas e tão díspares que nem me lembro de onde surgiram.
Falei tanto sobre mim falando mal dos outros que me perdi entre o verbo crer e esquecer. E lá vem de novo as velhas expressões e o velho vocabulário quebrando a rocha fina da minha consciência.
E esse eu quebrado e composto de tantos vocês se esvazia e se confunde. Estranho, o vazio se mostra como uma posição inerente minha, e o drama das palavras supre uma necessidade egoísta de me mostrar assim. Um cara valente, como diria Maria, uma pessoa que por definição do Gessinger, na falta de algo melhor, não se deixou faltar coragem. Já disse Chico que favores não foram feitos e nem seu dinheiro fora emprestado. Eu, pelo contrário, fiz tantos favores e emprestei de mim tantas coisas mais e além de dinheiro que tenho até vergonha de cantá-lo. Ouvi tanto um tal de Paulinho que passei a sofrer e rir de seus fatos cantados com tanta paixão e medo que não foram poucas as vezes que me peguei pensando se não teria sido eu a escrever aquilo. É sempre assim, como diria Russo, que era latino americano: "eu não tenho vergonha de cagar, eu não tenho vergonha de mijar porque eu não me incomodo de comer, não tenho problema me dormir e também não tenho medo de sonhar."
E meu medo incipiente de errar e de jogar tais erros para fora de mim se reflete na necessidade de acertar e de me alimentar de acertos. Meu sono, diferente do meu troco, é pouco, quase nada, mas me vale pois é apenas meu, embora possa ser acompanhado. E quando sonho sigo as palavras de Rudyard de não fazer do mesmo meu senhor.
Descobri que minha tristeza mais pura é a de perder meu posto vitalício de meu capitão, de mestre-sala dessa escola que sou eu. Hoje eu gastei meu verbo falando de mim e isso é criticável, mas também louvável se quem lê conseguir tirar algo disso, mesmo que seja uma péssima conclusão. Só não se esqueça que que eu, assim como você, não estou concluído até o momento que meu peito parar de arfar.
Espero que quem tenha passado os olhos por essas letras e se achado em algum verbo ou substantivo mal escrito encontre seus meios e metades, e que sempre sobre um fôlego pra recomeçar depois de cair. Entenda que eu me achei e me perdi por vontade própria, embora nunca pura e destilada como posso ter dito antes, mas minha assim como meus erros e meus acertos e as consequências dos mesmos, pessoais e intransferíveis.
Eu tentarei e acertarei novamente, e conseguirei mesmo que parcialmente, serei e farei felicidade com base nos meus erros aprendidos anteriormente.
Um salve então, aos que estão vivos e assim como eu, sobrevivendo.

- Cut ∆way.

Um comentário:

Isabel Gripp disse...

um salve a sinceridade.
alma penada dos ralos da cidade.
que aparece tao raramente,que quando o faz,vira flash.