terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sobre a paixão.



O apaixonado quando chega à idade da 'razão' volta a ser a mais infantil e tola das crianças.
Vê em seu alvo algo que não se descreve com palavras, logo a mais complexa quanto a mais simples delas serve para seus objetivos, e a mais culta nao supre seu destino fadado de assumir um significado próprio, nem mesmo a mais completa das frases transcreve o que se quer dizer, e a mais vulgar assume a sua infantilidade imbecil, e ao mesmo tempo indubitável.
O apaixonado real, aquela paixão que vem do nada e dura mais tempo do que deveria, cada dia mais rara, cada dia mais cara, cada dia mais vulgarizada e alienada de seu único proposito de tirar o eixo das pessoas, tornando-as unas com outra, mudando o que seria confortável ou aceitável pelo simples prazer de se olhar nos olhos de alguem, que a príncipio seria apenas mais uma em 6 bilhões, mas que de alguma maneira vale por 100 bilhões de qualquer outra espécie do planeta. Cada um encara a paixão como quer, grande parte a renega dizendo que existem mais bocas para serem beijadas, mais corpos a serem descobertos, mas quem a assume, assume um compromisso com a própria solidão e espera, esperança, talvez infantil demais, virtuosa em todas os seus sentidos e ao mesmo tempo quente, fria, intocável. Incomparável, e ao mesmo tempo, ridícula.
'Tão contrário a si, é o mesmo amor.'

- Cut ∆way.

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