sábado, 28 de maio de 2011

Perdoaí.


Na cultura pop, há quem confunda amém com He-man.
E os decibéis de quem grita leva a garganta seca das ovelhas ao limite, entoando frases de autoria inexistente.
Pretensiosamente liberam o poder divino com meia lua abê.
Pretensiosamente matam o zebu com tiros de beretta.
Histericamente exorcisam seus próprios empregados.
E dizem o que deve ser feito para que todos se salvem da cultura pop, enquanto, vice-versamente, financiam as gravadoras e suas novas estrelas da música sacra.
Na cultura pop, merda é digerível.
Na cultura pobre, não há problema em ser o que se diz querer ser, sem nem saber de onde vem.
Se é, é porque imita, e é original quem corrompe.
Na cultura pop, todos podem ser especiais.
Mas ninguém é.
E assim vão às costas de quem sustenta a realidade rica de uns, e pobre pra tantos.
Que, quando não calados, emudecidos.
Quando não mortos, sobrevivos.
Quando andando, tropeçando.
Lembrados apenas nas rezas, perdoando a quem vos tem ofendido, até que a fome os separem de suas carnes.

Aném.

- Cut ∆way.

Um comentário:

Isabel Gripp disse...

Tudo é relativo e moral não existe.
O respeito ao próximo gera a passividade pra tudo,como se tudo fosse aceitável.
Ótimo texto.
=)