domingo, 8 de março de 2009

Reprodução.

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Marcas do passado são marcas no presente, virão a ser cicatrizes no futuro.
Por mais que se tente esquecer, passar um giz, um zero encima dos erros, existe sempre um detalhe que persiste encrustado na sua pele, debaixo dos olhos, naquele espaço vazio no coração.
Lembranças são como bactérias, quando atacadas morrem, quase se extinguem, mas sempre existe aquela que apresenta um gene mais forte, uma carcaça mais dura, o sangue mais espesso, e é essa que procria novamente e cria uma gama infinita de novas semelhantes, fortes como aço.
Imagina-se que o segredo seja não tentar matá-las, pois no fundo suas lembranças são o que você é, e seu telencéfalo as seleciona muito bem. Deixe-as vir, atormentar e partir tão rápido como vieram.
Seja o que quiser lembrar, é o que acontece no fim das contas, e se isso te faz um ser solitário, um brinde a solidão.
O amor da minha vida.

Ou não.

- Cut ∆way.

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http://umdiaeuinventoumnome.blogspot.com/2009/03/as-frases-de-odio-ou-as-mais-puras_02.html

Um comentário:

Thales Rafael disse...

Belíssimo texto. Sua capacidade de síntese é algo que poucas vezes vi igual. O link para o meu texto de 3 páginas quando toda a essência dele está em suas poucas linhas. Ainda que seja um texto sobre o meu relacionamento, logo, muito difícil de ser universalizado, a proposta está aí no que você disse.

Um viva às memórias. Partes indissociáveis do que somos e do que seremos. Por pior que elas sejam. Entretanto, nossas.

E se essas lembranças te fazem amar. Um brinde ao amor. Se ao ódio, levantemos nosso copo por eles. Mas sejamos sinceros com nossas lembranças. Não há como escapar.